Roberto Landell de Moura, nascido aos 21 de janeiro de 1861, em Porto Alegre-RS, estudou com os Jesuítas de São Leopoldo-RS a partir de 1879 antes de seguir para a Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Em companhia do irmão Guilherme, seguiu para Roma, matriculando-se a 22 de março de 1878 no Colégio Pio Americano e na Universidade Gregoriana, estudou Teologia, Física e Química e se tornou sacerdote católico em 1886. Em Roma, iniciou os estudos de física e eletricidade. No Brasil, como autodidata continuou seus estudos, e realizou as suas primeiras experiências públicas na cidade de São Paulo, no final do século XIX. Quando voltou ao Brasil, substituiu algumas vezes o coadjutor do capelão do Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e manteve longos diálogos científicos com D. Pedro II. Depois disso, serviu em uma série de cidades dos Estados do Rio Grande do Sul e de São Paulo: Porto Alegre, Uruguaiana, Santos, Campinas, São Paulo.1

 

De volta ao Brasil, exerceu o ministério sacerdotal em Porto Alegre-RS (1887), Uruguaiana-RS (1891), São Paulo-SP (1892), Campinas-SP (1893); em Campinas, ele teve o equipamento destruído, acusado de bruxo. Em todas essas localidades ele fazia demonstrações de transmissões da palavra à distância; na capital paulista, transmitiu sinais sonoros da hoje Avenida Paulista até Santana, numa distância de 8 quilômetros. No ano de 1900, registrou a patente n.º 3.279 sobre seu aparelho apropriado à transmissão da palavra à distância, com ou sem fios, através do espaço, da terra e da água. Em 1904, o padre Landell registrou nos Estados Unidos o transmissor de ondas, o telefone sem fio e o telégrafo sem fio. Além disso, inventou a válvula de três eletrodos, uma peça fundamental para o desenvolvimento da radiodifusão. De volta ao Brasil no ano seguinte, no Rio de Janeiro, o inventor solicitou ao Presidente Rodrigues Alves dois barcos para poder demonstrar o seu invento; ocasião em que foi tachado de “maluco e espírita” e teve seu equipamento destruído outra vez. O humilde clérigo foi então exercer o seu ofício religioso em Botucatu-SP e Mogi das Cruzes-SP. Depois, em Porto Alegre-RS, nas paróquias do Menino Deus e do Rosário. Padre Landell morreu em Porto Alegre aos 30 de julho de 1928. Nos escritos teóricos e nas experiências concretas do padre Landell há descobertas científicas que eram bem mais avançadas do que as de Marconi. Por falta de compreensão e recursos financeiros, até as patentes sobre seus inventos ficaram no esquecimento. Em 1967, foi criada em Porto Alegre a Fundação Padre Landell de Moura, que tem o objetivo de promover a educação por meio do som e da imagem.