Tiago Magnus
CEO Transformação Digital

Muito se fala em transformação digital. Mas você sabe quais são os impactos causados por todas essas mudanças no mercado como um todo?

Bem, para início de conversa, é preciso entender que não é apenas um ou outro setor que precisa se adaptar às inovações tecnológicas. A transformação digital modifica todas as áreas organizacionais. É como uma engrenagem que move a máquina inteira, que exige uma mudança cultural geral, colocando a tecnologia no centro de todos os processos.

Um artigo de Bill Schmarzo publicado no site CIO em 2017 faz um comparativo entre uma rede tradicional de supermercados e uma rede do mesmo segmento, transformada digitalmente. A tabela faz uma compilação de oito áreas distintas: envolvimento do cliente, experiência do cliente, marketing, merchandising, entrega, cadeia de mantimentos, precificação e ecossistema de parcerias.

No modelo de negócios tradicional, o objetivo era ser o número 1 para consumidores locais, enquanto o novo modelo amplia a visão e traça como meta se tornar a empresa global mais focada no cliente, onde é possível encontrar tudo o que se deseja comprar online, com entrega rápida e os menores preços possíveis.

Se analisarmos os novos modelos de negócio, não chega a ser preciso comparar área por área para perceber que a transformação digital já começa no topo e contamina todas as ramificações da organização. Quando o planejamento muda, tudo muda.

No comparativo, o autor cita alguns dos principais benefícios para o varejo, que incluem, entre outros tópicos, insights mais detalhados sobre clientes e comportamentos, redução de custos devido a análises preditivas, menores riscos de segurança da informação e maior flexibilidade organizacional.

O barateamento de infraestrutura, aliás, é uma das principais vantagens apresentadas pela Transformação Digital. Tendo o cloud computing como tendência global, assim como as plataformas inteligentes SaaSIaaS e PaaS, a nuvem se tornou o ambiente mais valorizado do mundo corporativo. Os ativos digitais ficam centralizados, o acesso pode ser feito remotamente, as atualizações e versões são automáticas, e o armazenamento é todo feito online, eliminando todo e qualquer empecilho físico ou geográfico.

Mas não estamos falando apenas em âmbito empresarial. A transformação digital também altera a forma como os consumidores nos enxergam e como são tratados. A partir de uma perspectiva do público-alvo, os laços se estreitam.

Segundo o artigo, clientes têm mais facilidade para encontrar exatamente o que desejam, comparar preços, acessar recomendações, acompanhar prazos de entrega, compartilhar experiências de compra e resolver quaisquer problemas relacionados à operação.

Em suma, a transformação digital deixa os processos mais fáceis para empresas, colaboradores e consumidores.

Principais princípios para a transformação digital

Quando o assunto é a inovação provocada pela tecnologia, a McKinsey&Co fornece um guia básico, dividido em três etapas, que serve para ilustrar os 10 princípios da TD. São eles:

  • Definição de valores

Para os autores, tomar o curso certo para abraçar a tendência digital significa “posicionar a mudança no centro de tudo e entender a magnitude deste compromisso”. Para tanto, é preciso envolver toda a equipe, investir tempo e capital significativos, e traçar objetivos claros e precisos.

Este primeiro estágio, portanto, envolve os três primeiros princípios:

#1 – garantir o compromisso da gerência;

#2 – estabelecer alvos ambiciosos;

#3 – fazer investimentos seguros.

  • Lançamento e aceleração

De nada adianta colocar a canoa na água e esperar que ela chegue ao destino final somente com a força do vento. Para chegar a algum lugar, remar é preciso. É por isso que as iniciativas de mudança não podem ser simplesmente apresentadas sem um plano de ação.

A ideia nesta segunda fase é, inicialmente, apresentar projetos com recompensas significativas como forma de conquistar o apoio dos envolvidos. Lembre-se, ainda, que toda a equipe precisa pegar junto e ter a mesma visão, rumo a um objetivo comum.

Estes são os outros quatro princípios para a transformação digital:

#4 – iniciar com projetos-guia;

#5 – indicar uma equipe de alto calibre;

#6 – promover formas de trabalho inovadoras;

#7 – nutrir uma cultura digital.

  • Escalada

Depois que os passos iniciais forem dados, será hora de progredir com os planos e não abandonar a embarcação. Segundo o artigo, “é quando tudo parece estar sob controle que precisamos ligar o turbo e pensar em escalas maiores”.

Portanto, para colher as recompensas totais de uma transformação digital, talvez seja preciso abandonar as visões antigas e adotar um modelo operacional inteiramente novo. Os últimos três princípios são:

#8 – criar iniciativas com foco em retornos rápidos;

#9 – aprimorar habilidades;

#10 – adotar um novo modelo de operações.

Pode-se dizer que a transformação digital mudou radicalmente a relação entre todas as frentes de uma operação, dos distribuidores aos consumidores. Os modelos de negócios evoluíram, expandiram suas visões e ultrapassaram as barreiras existentes.

Agora, é como se todos se reinventassem o tempo todo, sempre de acordo com as necessidades e expectativas do consumidor. Para atender a uma demanda cada vez mais exigente e atual, a transformação digital não é apenas tendência – se tornou, na verdade, requisito indispensável para o sucesso.

Fonte: Futurecom Digital